“Calvino e Lutero bebiam. Chesterton e Spurgeon fumavam. A maioria dos pastores de hoje não fumam nem bebem… sacaram a relação?”
Algumas pessoas não sacaram a relação (especialmente no twitter) e não as culpo. Felizmente, hoje temos a capacidade de explicar nossas palavras na mesma mídia em que foram expostas antes (no caso, o post no blog). Estou divagando. Vamos ao comentário.
Não é segredo para ninguém quais são as minhas preferências teológicas. Lutero, Calvino, Chesterton, Spurgeon, Lewis, Piper, entre outros, formaram grande parte da minha espiritualidade e minhas convicções teológicas (mesmo que Chesterton fosse católico e contraditor ferrenho ao Calvinismo).
Pr. Karl Barth e seu cachimbinho tradicional |
Minha intenção com a frase acima entre aspas não foi fazer apologia à bebida ou ao fumo. Minha intenção, antes, foi demonstrar como nós, cristãos atuais, damos muito mais atenção às praticas exteriores do que àquilo que vai no interior das pessoas. Para muitos crentes, alguém que bebe ou fuma NUNCA poderia ser chamado de cristão (confesso que já pensei assim), mas aquele que habita nos púlpitos com seu terno impecavelmente passado, cabelo e barba bem feitos (e em alguns casos escovados), esse sim é digno da alcunha de “homem santo”.
Há uma célebre frase de Martinho Lutero, a respeito da época em que a Reforma ocorreu, que diz mais ou menos assim: “… veja o quanto Deus pode fazer através de mim, embora eu não tenha feito nada além de pregar e orar. A Palavra fez tudo. Quem me dera ter iniciado uma conflagração em Worms. Mas enquanto eu estava sentado bebendo cerveja com Filipe e Amsdorf, Deus deflagrou um poderoso golpe no papado”.
C.S.Lewis, mais famoso escritor protestante do Mundo |
Algumas pessoas podem ler uma frase delas e dizer coisas como “mas Lutero era alemão, a terra da cerveja. Era uma questão cultural”. Ótimo. Hoje o Brasil é mais “terra da cerveja” que a própria Alemanha, e além disso, temos a cachaça e a caipirinha, além do samba. Que tal sermos mais respeitosos com a nossa cultura? Por que de alguma forma, para nós, especialmente dentro da Igreja, a cultura dos outros é sempre melhor que a nossa.
Quanto ao fumo, em primeiro lugar afirmo que não sou fumante. Mas Chesterton, Spurgeon, C.S. Lewis e muitos outros homens importantíssimo para a história do Cristianismo eram. Quero ressaltar Spurgeon, pois há três histórias muito boas com ele e sua relação com o fumo.
A primeira é que um dia, seu mordomo fez uma aposta com ele de que ele, Spurgeon, não conseguia passar muito tempo sem fumar. Ambos entraram em acordo de que o mordomo só fumaria seu cachimbo no dia em que Spurgeon fumasse o seu. Uma semana se passou e o mordomo já não aguentava mais ficar sem fumar, e Spurgeon ainda não havia acendido seu cachimbo. Eventualmente o mordomo voltou a fumar, mas Spurgeon permaneceu mais 4 meses sem tocar em cachimbos ou charutos.
Outra história é que, num encontro com D.L. Moody, este e Spurgeon tiveram a seguinte conversa: “Meu Deus, homem, você não acha que está fumando muito”, perguntou Moody. Spurgeon então respondeu: “Irmão, a única forma de eu fumar muito seria colocando dois charutos ao mesmo tempo na boca. Isso seria muito”.
A última, e mais interessante, é que a tabacaria onde Spurgeon comprava seu fumo um dia fez um anúncio dizendo que lá era o local onde o grande pregador fazia suas compras. Spurgeon, profundamente irritado com isso, nunca mais colocou os pés na loja.
Mais uma vez, é importante dizer que não estou fazendo apologia ao álcool ou ao fumo. A questão é que um homem pode ir por caminhos errados com a comida, com mulheres e com o dinheiro. Até mesmo animais e corpos celestiais já foram adorados em nossa história, e nem por isso eles foram abolidos. O cigarro me incomoda tanto quanto um bêbado me incomoda, mas não mais que um, pastor corrupto e fajuto me é incomodo.
Deus, no dia em que Samuel conhecia os filhos de Jessé para que um deles fosse ungido rei de Israel, disse: “o homem não vê como Deus. Pois o homem vê a aparência. Deus vê o coração”. Nós deveríamos dar mais atenção ao coração das pessoas, deixando as aparências de lado. Lutero, apesar da bebida, foi responsável pela Reforma Protestante e nos deu o direito de termos a Bíblia em nossa própria língua. Spurgeon, apesar do fumo, é considerado, até hoje, o Príncipe dos Pregadores.
É isso. Sei, por fato, que muitos vão discordar de mim. Mas é assim que sinto, e é assim que creio.
abraço,
Eduardo
Opinião do líder da Igreja Universal Bispo Macedo:
Opinião do líder da Igreja de Nova Vida Bispo Water Mcalister:
Acesse o link :http://www.youtube.com/watch?v=067t3gX_Hd8
O vídeo do bp. Walter não abriu, não tem player,
ResponderExcluirInfelizmente não foi possível colocar o vídeo. Mas deixei o link é só copiar e colocar na barra.
ResponderExcluirCaio fabio em seus vinte anos fumou e fez muito através de Deus pelo Brasil.
ResponderExcluirHoje o crente está preso, pelo julgamento do crente, infelizmente
Seu comentário é pura verdade!
ExcluirA Palavra de Deus por vezes é deixada de lado, e toma centralidade os usos e costumes, as doutrinas de pastores e líderes analfabetos teológicos, que tem orgulho de sua própria ignorância. Jesus Cristo bebeu. Ele mesmo declara isso nos evangelhos.
ResponderExcluirLucas 7:33-34; 1 Timoteo 5:23; Salmos 104:15; Eclesiastes 10:19 e assim inúmeros outros versículos.
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